2 de out. de 2010

lamento cigano

E ela vestiu-se para a noite...
Caminhou para a fogueira e aos sons dos violinos, pôs-se a bailar...
Seu corpo rodopiava,
Girando em seus calcanhares,
Sua cintura se requebrava acompanhando seus quadris...
Que bela cena!
A cigana apaixonada retira a flor de seu cabelo,
Procura seu amado entre as crispas da fogueira...
Quer entregar-lhe a rosa que mantem entre seus lábios...
Seus olhos se enchem de lágrimas...
Seus lábios se ferem com os espinhos...
Não há para quem entregar a rosa...
Seu corpo continua a bailar,
Agora como a lamentar...
O violino compreende seu desespero...
A fogueira passa a crispar violentamente...
Só está a cigana a bailar,
Baila de dor,
Baila de tristeza...
Até que uma lágrima rola em sua face...
Compreende que está só...
Ela cai de joelhos...
Se abraça em seu próprio corpo
Chora...
Nada restou...
Apenas o vazio...
Para sempre solidão...
(desconheço a autoria)

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