O que é submissão?
Submissão é uma palavra que vemos jogada por ai ultimamente, mas eu me pergunto se a maioria das pessoas realmente compreende o seu significado.
Ser uma “submissa” se tornou muito popular no D/s e BDSM que tem varrido salas de chat e sites da web. Existe até uma tendência cultural e de moda baseadas em algumas facetas do estilo de vida BDSM. Voce pode encontrara coleiras e itens de fetiche sendo usados por ricos e famosos, ou pode ir a um restaurante da moda em NY que tem decoração baseada em dungeons sado masoquistas, inclusive com submissos e submissas servindo as mesas.
Todas essas coisas são interessantes e divertidas, mas não são um retrato fiel do que significa a palavra. Submissão não é uma mania ou um RPG como se vê com freqüência online ou em clubes, e você não é uma submissa porque gosta de ser amarrada e ter sexo bizarro de vez em quando.
Então, o que é?
Submissão é o ato de render um ou vários dos seus poderes individuais a outra pessoa. É permitir a outro que controle seu corpo e comportamento dentro de certos limites pré determinados.
Isso tem que ser um ato voluntário por parte da submissa ou então os limites do abuso terão sido trespassados. Os métodos e níveis de submissão são infinitos. Cada pessoa precisa decidir o quanto e quão longe irá esta troca de poder, mas as regras “São, Seguro e Consensual” sempre devem prevalecer.
Porque alguém faz isso?
Se você perguntasse a cem pessoas provavelmente teria 100 respostas diferentes. Para alguns é uma forma de acrescentar excitação na sua vida amorosa. Para outros pode haver razões psicológicas profundas que vão além da minha capacidade de compreensão. Baseada na minha experiência eu creio que há 3 tipos de indivíduos que caem na definição de submisso. Por favor, que fique claro que estas são as MINHAS definições e não um padrão adotado pela comunidade BDSM.
1. A submissa sexual. Tambem conhecida como bottom ou sub sensual. Este tipo de submissa procura mais a gratificação sexual derivada de algumas praticas do BDSM. Uma vez que suas necessidades sejam atendidas, ela não sente mais vontade de se submeter ou entregar mais controle para outra pessoa.
2. A submissa psicológica. Este grupo contem muitas das submissas masoquistas. Elas estão ali pela dor, punição e humilhação que frequentemente são inflingidas por dominantes mais sádicos. Muitos indivíduos que sofreram abusos acabam nesta categoria e não são naturalmente submissos, mas seus problemas emocionais os mantém na condição de vitimas devido a experiências previas.
3. A submissa natural, tambem chamada verdadeira submissa. Este tipo de pessoa árece ter nascido submissa. Vai alem dos aspectos sexuais do BDSM e é como uma parte normal da constituição delas. É da sua natureza agradar aos outros e rapidamente render seus poderes pessoais com pouca ou nenhuma pressão por parte do dominante.
Qual é o certo?
Todos ou nenhum, dependendo do seu ponto de vista. Cada um precisa fazer o que é certo e gratificante para si próprio. Já houve incontaveis discussões desnecessárias sobre quem é , e quem não é uma submissa “de verdade”. Algumas começam como subs sensuais com pouco interesse em agradar ninguém alem de si mesmas e acabam crescendo e se tornando algumas das mais belas submissas do nosso meio.
**Não é certo julgar quem é ou não é submissa baseado em quais atividades a satisfazem ou quantas cicatrizes e piercings ela tem.
Submissão é um estado do coração, e somente o individuo sabe o que tem dentro do seu.**
Meu próprio despertar
Eu recordo bem daqueles sentimentos não identificados que eu tinha desde que posso me lembrar. Havia sempre uma coisa diferente no modo como eu reagia a autoridade, e os instintos naturais que eu tinha quando se tratava de agradar as pessoas. Eu não entendia isso, mas sentia que era uma coisa em mim que me diferenciava das amigas e colegas. Conforme o tempo passou estes sentimentos nunca foram embora, mesmo que eu tivesse tentado esconde-los no fundo de mim mesma porque tinha medo deles.
Intuitivamente eu sabia que estes sentimentos me faziam muito vulnerável e qualquer um que quisesse tirar vantagem da minha natureza. Embora eu tentasse esconder ou ignorar esta natureza, eles ainda operavam na minha vida de muitas formas. Eu sempre queria dar mais, esperar menos, tentar com mais esforço e receber bem pouco em todas as relações que eu tinha com as pessoas em volta, mas principalmente nas que envolviam o meu coração.
Depois de alguns relacionamentos desastrosos eu finalmente fui forçada a olhar profundamente para dentro, e ver o que me movia. O que eu vi foram aquelas coisas que muito antes eu sentia. O dia em que encontrei outra pessoa que entendia como eu me sentia é um dia que eu nunca irei esquecer. Esta submissa querida e maravilhosa me explicou muitas coisas que eu perguntei e eu decobri que havia outras pessoas como eu. Não era um segredo tenebroso para manter oculto do mundo. O que eu sentia tinha nome, e pela primeira vez não me senti como se fosse algum tipo de maluca. Eu senti que côo se tivesse sido libertada de uma prisão, e estava livre para voar pela primeira vez na vida. Eu era uma submissa e estava tudo bem ser quem eu era.
Para mim, a submissão não é antinatural, nem doentia, nem desviada, ela simplesmente existe. É normal em varias espécies e acredito que em humanos não seja diferente.
É importante entender que há muita diferença entre ser “submissa” e ser “bottom”. Bottom é alguém que irá, por gratificação sexual, se tornar submissa por um determinado período, seja um encontro intimo ou uma cena publica. Elas não teem desejo de continuar a troca de poder além dos limites daquela cena. Muitas podem inclusive trocar de papeis, nessas cenas e atuar como Top. Esta é a grande diferença de uma submissa natural, cijos desejos de submissão ao estão limitados a atividades sexuais ou períodos.
Alguns termos diferentes
Eu gostaria de falar de outro assunto “delicado” para alguns da cena, que é a diferença entre BDSM e D/s. BDSm tem sido definido como BeD significando Bondage e Disciplina, D e S significando Dominação/submissão e o S e M para sadismo e masoquismo. Alguns consideram estes termos como definições e atividades intercambiáveis, mas eu acredito que isso é muito enganoso para iniciantes.
D/s não se encaixa com os outros termos por uma razão principal. Dominação e submissão é a descrição de um estilo de vida. BD e SM são duas coisas que as pessoas praticam. Alguns casais D/s aceitam prontamente estas atividades como parte da sua relação, mas uma grande porcentagem de casais D/s não assume atividades baseadas em dar e receber dor.
Então o que separa a masoquista da submissa?
Minha resposta teria que ser a motivação. Uma submissa é motivada pelo desejo de agradar e servir. Quando a dor se torna necessária para esta satisfação ou gratificação, esta relação foi alem da minha definição de D/s e entrou mais para o SM. Quando a dor passa a ser a motivação e a gratificação vem de receber dor, a pessoa pode ser descrita como masoquista. Esta diferença é com freqüência evidente no comportamento desses dois tipos de personalidade. Uma masoquista espertinha com frequencia desafia ou desobedece seu dominante só para receber a punição ( dor ou humilhação) que ela deseja.
Fora dos limites da cena ou do encontro intimo há muito pouca submissão perceptível neste relacionamento. Uma submissa (que anseia por se submeter) está constantemente trabalhando em melhorar o seu comportamento para agradar ao seu dominante, se entregando às regras e expectativas dele.
Submissão, nos limites de um relacionamento D/s, não é medida pelo quanto de dor alguém consegue agüentar, ao invés disso é medida por quanto controle alguém rendeu ao seu dominante.
Uma é melhor que a outra?
Não, não para ninguém alem das pessoas envolvidas no relacionamento. Tenha em mente que a dor ou bondage não são as bases para determinar uma relação D/s. Ela é baseada na troca de poder, e não nas práticas das pessoas envolvidas. Não assuma automaticamente que toda submissa quer ou precisa sentir desconforto e dor (alem da dor erótica) para vivenciar a tendências de submissão e o seu desejo de entregar o poder.
Aqui estão alguns fatos sobre submissão que podem lhe dar mais idéias.
(*)Submissão acontece em homens e mulheres mais ou menos na mesma proporção. Embora homens e mulheres possam expressa-la de modo diferente, eles compartilham dessa condição.
(*)Submissão não é sinal de fraqueza nem de inferioridade. Algumas das pessoas mais competitivas e bem sucedidas da nossa sociedade são submissas em seus relacionamentos pessoais.
(*)Submissão não indica falta de inteligência ou de motivação. Muitas submissas são inteligentes, criativas e altamente motivadas.
(*)Submissão não é um desejo secreto por dor e humilhação. Alguns masoquistas podem ir do D/s para o SM para preencher suas necessidades mas há outras que são mais delicadas, amorosas e estão felizes em não receber uma dose alta de dor ou humilhação.
(*)Submissão é diferente de passividade. Submissas não são passivas. Elas participam ativamente e são indivíduos pensantes.
(*)Submissão não é algo que possa ser exigido ou forçado. A definição da palavra significa um ato voluntario. Ela se submete porque escolheu assim, não porque alguém a forçou a isso.
(*)Submissão não é um estado miserável de existência. Muitas submissas são pessoas felizes e bem equilibradas que estão simplesmente cumprindo sua natureza.
(*)Submissão não é escravidão. Todas as escravas são submissas, mas nem todas submissas são escravas. Uma submissa não desistiu do seu direito de escolha, mas deu a alguém o direito de fazer algumas destas escolhas por ela. Elas acrescentam ao relacionamento, e mantêm suas identidades.
(*)Submissão não indica promiscuidade sexual. Submissas não são ninfomaníacas doidas que não conseguem se controlar. Muitos submissos são esposas, maridos, mães, pais, amigos , vizinhos, trabalhadores ou membros da família que têm uma necessidade de entregar o controle de algumas partes da sua vida a alguém em quem confiam. Não é uma coisa sexual... é uma condição do coração.
Realidade ou fantasia?
Muita gente formou duas idéias de submissão a partir de livros como a “Historia de O”, por Pauline Reage, a “Trilogia da Bela”, por Anne Rice, ou as novelas Goreanas, de John Norman. Enquanto estes livros podem se interessantes e muito eróticos, eles não são um retrato fiel do que o estilo de vida D/s é. Enquanto muitas experimentam as primeiras pontadas de sentimento de submissão ao ler estas novelas, fantasias como “O” ou “Bela” não funcionam como estilo de vida. D/s vai muita além de fantasia. É um modo de vida onde muitas encontram satisfação e paz pela primeira vez em suas vidas.
Se você tem esses sentimentos e muitas vezes se sentiu sozinha ou sufocada por eles eu espero que lhe traga conforta saber que está em boa companhia. Há outras exatamente como você que são saudáveis, felizes e funcionais, e que ficam muito satisfeitas em serem chamadas de submissas. Venha e explore a informação deste site, aprenda a conhecer o que move você. Voce pode descobrir que se encontrou pelo caminho.
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dália negra